24 de novembro de 2006

Maré Alta de 24/11/2006

Demagogia politica

A expressão demagogia politica é muitas vezes usada pelos nossos políticos quando lhes falta argumentação melhor. Ainda recentemente o presidente da junta de Oliveira Santa Maria usou essa expressão reagindo às questões colocadas pelo Bloco de Esquerda a algumas situações nesta freguesia.

Demagogia significa “a arte de conduzir o povo a uma falsa situação” (Wikipédia).

Ninguém mais que a direita populista no poder em Famalicão tem usado este tipo de expediente. Numa leitura pelas crónicas de alguns discípulos do poder podemos encontrar demagogia em cada linha, muitas vezes sem o mínimo pudor.

Para comemorar um ano de mandato, a coligação de direita usou e abusou de demagogia ao inaugurar obras por acabar e que já deveriam ter sido concluídas há vários meses, como por exemplo o Posto de Turismo e largo da Igreja em Vilarinho das Cambas onde ainda falta a iluminação. Com estas situações tentaram mostrar uma Câmara muito capaz mas que na realidade não o é, prova disso são as recentes posições do presidente da junta de Ribeirão acusando o vereador Jorge Carvalho.

Demagogia é Armindo Costa ter-se intitulado presidente de todos os famalicenses mas agora admitir que privilegiou Ribeirão, acentuando ainda mais as desigualdades entre as freguesias.

Demagogia foi igualmente utilizada pelo vereador Durval Tiago Ferreira que, ao reagir ás acusações de incompetência de Rubim Santos, afirmou que as suas capacidades haviam sido “certificadas” pelo resultado das últimas eleições autárquicas.

Não querendo pôr em causa a inteligência dos eleitores famalicenses, mas quantas pessoas que votaram na coligação, conheciam as qualificações e aptidões de Durval Ferreira? Quantas pessoas sabiam que Durval faziam parte da Lista da coligação? Quantas pessoas sabiam quem era o actual vereador?

Sejamos realistas, uma grande parte das pessoas que votaram na coligação, fizeram-no influenciadas pela máquina de propaganda e pela imagem populista de Armindo Costa. Só utiliza este tipo de argumentos quem não tem mais nenhum para usar em defesa própria.

Durante este ano, a Estrada Nacional 14 foi alvo de uma demorada e desorganizada repavimentação. Já aqui havia feito referência ao desleixo e desrespeito pela segurança dos automobilistas pelo facto de não ter sido recolocada, rápida e correctamente a sinalização no pavimento. Passado este tempo todo, ainda há zonas da referida estrada sem marcações. No troço entre a rotunda sul da variante nascente e a saída para Lousado, não existe a faixa central, sendo um potencial risco de acidente, principalmente nos cruzamentos. De quem é a responsabilidade de fiscalizar a execução desta obra? De quem é a responsabilidade da manutenção das vias de comunicação? Quem assumirá a responsabilidade de um acidente se os envolvidos alegarem a deficiência na sinalização?

Infelizmente, há muitos outros casos como este por este concelho fora, seria bom que for responsável tivesse a coragem de tomar a iniciativa de os resolver.


Crónica publicada no Jornal Opinião Pública

3 comentários:

rosa silva disse...

Fernando Rosas, historiador e deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República esteve em Famalicão nesta fim-de-semana e afirmou que "Famalicão é o centro da cultura nacional”

“A cidade de Vila Nova de Famalicão é actualmente o centro da cultura e investigação histórica do país. Os especialistas que queiram estudar, por exemplo, a Primeira República, não o podem fazer sem vir a Famalicão e consultar os documentos aqui existentes.” A afirmação é do historiador e deputado do Bloco de Esquerda Fernando Rosas e foi proferida nos Encontros de Outono, que decorreram sexta-feira e sábado últimos, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, subordinados ao tema “Exílio e Exilados Políticos – 1926-1974”.

O historiador, que teceu rasgados elogios à política cultural seguida pelo executivo municipal, disse que “o trabalho e empenho” do director do departamento de cultura da autarquia, Artur Sá da Costa, e do coordenador científico do Museu Bernardino Machado, Norberto Cunha, conjugados com “a sabedoria do presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, fazem de Famalicão um concelho que sabe preservar a memória histórica e sabe apostar na cultura dos seus munícipes”.

“É um investimento que esta Câmara Municipal faz no debate e no conhecimento”, salientou Fernando Rosas, lembrando ainda iniciativas como o ciclo de conferências dedicado aos Presidentes da República e, mais recentemente, os debates à volta das Lutas Académicas e Estudantis, que está a decorrer até 2008. “É uma obra da Câmara Municipal de Famalicão e, por isso, dou os parabéns ao seu presidente, Armindo Costa, por investir na cultura”, realçou ainda.

No que diz respeito à edição deste ano dos Encontros de Outono, o historiador, que é também professor no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, sublinhou a importância do tema, referindo que o evento tem vindo a ganhar cada vez mais qualidade, afirmando-se actualmente como “um dos acontecimentos culturais mais importantes a nível nacional e internacional”. E acrescentou: “É mais um investimento que a Câmara Municipal faz no património histórico, desta vez centrado na figura de Bernardino Machado”.

Na sua intervenção, Fernando Rosas abordou a temática do “Reviralhismo e a Liga de Paris”, um acontecimento que envolveu directamente o exílio de Bernardino Machado.

rosa silva disse...

Espero que o sr. José Luís Araújo tenha a coragem de colocar este comentário sobre Fernando Rosas.

Unknown disse...

Não tenho qualquer problema em publicar este comentário, embora não concorde na totalidade com as opiniões do camarada Fernando Rosas.
Fico satisfeito por haver no Bloco de Esquerda pessoas com reconhecido valor como o historiador Fernando Rosas, o médico João Semedo, etc...

"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."