Maré Alta de 28 de Março de 2013
Numa entrevista de despedida publicada neste jornal na semana passada, o
ainda presidente de câmara Armindo Costa afirma que não teve oposição e tentou
mesmo ridicularizar os vereadores eleitos pelo Partido Socialista.
Naturalmente que Armindo Costa apenas se referiu à Câmara Municipal e
ignorou o que se passa na Assembleia Municipal, demonstrando mais uma vez o
desprezo que sempre manifestou pelo órgão mais representativo dos famalicenses.
Efetivamente, na Assembleia Municipal, Armindo Costa e a Câmara Municipal
tiveram sempre a oposição determinada, construtiva, responsável e interventiva
do Bloco de Esquerda. Lamentavelmente, o ainda presidente de câmara ignorou o
facto de algumas iniciativas levadas a cabo e amplamente divulgadas como de sua
autoria, terem sido recomendações aprovadas na Assembleia Municipal por
proposta do Bloco de Esquerda, nomeadamente os serviços descentralizados e o
apoio social ao arrendamento. Lembro ainda que nestas duas situações, a Câmara
Municipal só implementou as medidas muito tempo depois de terem sido
recomendadas pela Assembleia Municipal e que outras recomendações aprovadas
foram simplesmente ignoradas e ainda não foram implementadas.
É estranho (ou talvez não) que Armindo Costa se tenha “esquecido” de
referir que o Bloco de Esquerda - partido da oposição - fez com que fossem
banidas dos regulamentos municipais condicionantes de teor xenófobo e que
obrigou a Câmara ser mais transparente nos processos de concursos públicos e
ajustes diretos.
Armindo Costa deveria ter dito também que a Câmara Municipal raramente
cumpre os prazos para responder aos requerimentos dos partidos da oposição e
que não raramente se escusa a responder às questões que são colocadas na
Assembleia Municipal.
Tudo isto representa um flagrante desprezo e desrespeito por muitos
autarcas eleitos pelos famalicenses que trabalham gratuita e abnegadamente em
prol de melhores condições de vida para os famalicenses, por melhores serviços
públicos e por um funcionamento rigoroso e transparente das instituições
públicas.
Também nesta entrevista, Armindo Costa usa o cargo que ainda ocupa para
tentar influenciar e condicionar o voto dos famalicenses nas próximas eleições
Autárquicas e fala em apenas dois candidatos. Certamente que haverá mais
candidatos e Armindo Costa sabe bem disso mas aproveita a comunicação social
para promover o seu candidato, mesmo depois de quatro anos de campanha
eleitoral descarada, naquilo a que se pode chamar uma “concorrência desleal”.
Espero que nas próximas eleições autárquicas os famalicenses votem de forma
a que o Bloco de Esquerda esteja representado na Câmara Municipal, para que,
daqui para a frente, mais ninguém venha a ter o atrevimento de dizer que não
teve oposição.
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