Passou pouco mais de uma semana desde que a professora Edna Cardoso nos deixou. As muitas manifestações de pesar pelo seu desaparecimento revelaram a dimensão da pessoa que foi Edna Cardoso e aquilo que continua ainda a representar para muita gente.
Tinha eu apenas 18 anos quando conheci a professora Edna, era eu correspondente do jornal Cidade Hoje e ela a diretora desse mesmo jornal. Logo aí lhe reconheci um grande dinamismo e uma invulgar capacidade de trabalho e de liderança.
Voltamos a cruzar-nos vários anos mais tarde, em 2002, era eu dirigente associativo e ela vereadora da Câmara Municipal. Foi por seu intermédio que foi revitalizado o Conselho Municipal da Juventude.
Como cidadão atento, acompanhei sempre a sua atividade política, sindical e cívica. Li assiduamente e com atenção todas as suas crónicas na imprensa local. O meu respeito e consideração por ela foram sempre os mais elevados e sempre que nos cruzávamos na rua, o seu cumprimento discreto mas sincero revelava sempre a grandeza da sua personalidade.
Guardo o seu exemplo de pessoa de grandes combates, de nobres ideais, de uma tenacidade invulgar que lhe permitiu resistir e não se vergar perante nenhuma das muitas pressões que por ela foram exercidas ao longo de tantos anos de intensa atividade. O seu legado é extremamente valioso e não deve ser esquecido na longa espuma dos dias.
Nestes dias difíceis que vivemos, exemplos de coragem, de empenho, de dedicação, de luta, de resistência, de verticalidade, de respeito como o da professora Edna Cardoso são tão raros que é nossa obrigação cívica dar-lhe o devido destaque e sem demagogia ou populismos oportunistas, fazer-lhe o reconhecimento que lhe foi negado em vida.
Não deixem morrer o legado de Edna Cardoso!
(texto enviado para a Maré Alta do jornal Opinião Pública, mas não publicado)
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