5 de julho de 2009

Discutir política

O dedo político lançou o desafio de se discutir política. Não será o que fazemos todos os dias, discutir política?
Hoje, por efeito da comunicação social e principalmente da televisão, a política que chega à grande maioria das pessoas centra-se em pormenores, em actos isolados. Muitas vezes as questões que realmente afectam a maioria das populações passam em rodapé sem que tenham o devido destaque.
Lamento discordar com dedo politico no que toca ao tema que sugeriu ao propor discutir política no seu blog. Não devemos confundir discussão com propaganda. José Sócrates é especialista em marketing político e sempre que é interpelado no Parlamento aproveita a ocasião para fazer anúncios de mais uns milhões para isto ou para aquilo, tentando desviar a atenção das televisões e consequentemente das populações, das questões incomodas que a oposição legitimamente lhe coloca. Discutir política não pode ser apenas discutir propostas avulsas que muitas vezes nem sequer se chegam a concretizar.
A discussão política deve ser consequente, deve poder mudar alguma coisa com a nossa própria contribuição, com as nossas ideias. Mas para que isso seja possível, é preciso que haja partidos que nos permitam participar nesse debate, numa discussão profunda e atempada dos mais diversos aspectos que uma governação deve ter em conta por afectarem a grande maioria das populações.
Isso mesmo foi o que o Bloco de Esquerda fez com extenso debate promovido aqui na Internet durante os últimos meses, subordinado ao tema "Políticas de Igualdade" e que permitiu que qualquer cidadão pudesse contribuir para a elaboração de um programa de governo.
É também isto que distingue o BE dos restantes partidos e é também por isto que cada vez mais me convenço de que estou no partido certo.
Discutir política não deve ser apenas concordar ou não com aquilo que a cúpula de um partido debita para as suas bases, mas principalmente quando os cidadãos podem directamente contribuir para as orientações de um partido ao seu mais alto nível.

Sem comentários:

"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."