17 de junho de 2009

Maré Alta de 17/06/2009

Reconquistar a confiança dos eleitores

Passou pouco mais de uma semana das Eleições Europeias e naturalmente todos fizeram a respectiva análise aos seus resultados. Curiosamente, em V. N. de Famalicão todos os principais partidos cantaram vitória de uma forma ou de outra.
O PSD porque venceu a nível nacional e conquistou maior número de lugares para o Parlamento Europeu. O PS porque no nosso concelho obteve o maior número de votos. O BE porque obteve um resultado histórico no país e no concelho e foi a terceira força política mais votada. A CDU porque conseguiu manter o mesmo número de representantes.
De repente parece que tudo mudou, o PSD, que na campanha eleitoral parecia não ter rumo, pensa agora em ganhar as próximas legislativas, ao ponto de por em causa a legitimidade do governo para tomar decisões importantes. O PS famalicense considera que os escassos votos que obteve amais representam um cartão amarelo a Armindo Costa.
Todas estas interpretações são legítimas, no entanto convém lembrar duas coisas deveras importantes. Primeiro, e apesar de em democracia apenas contarem as pessoas que votam, a elevadíssima percentagem de abstenção faz com que qualquer comparação com os próximos actos eleitorais perca qualquer credibilidade. Segundo, os votos obtidos pelos partidos nas Europeias não contam para mais nenhuma eleição, servindo apenas como mero indicador e nada mais.
As vitórias, as derrotas e todas as mudanças que se esperem para as Legislativas e para as Autárquicas terão que ser conquistadas voto por voto. As eventuais vitórias nas Europeias de nada valem para as batalhas eleitorais que se avizinham, a não ser pela eventual motivação que possam ter efeito dos diversos agentes dos partidos políticos. Os principais problemas, preocupações e anseios das populações não se alteraram com as Europeias, no máximo, poderá ter aumentado a esperança de que venham a ser alterados. As verdadeiras alterações na governação do país e também na governação do concelho de V. N. de Famalicão irão ser concretizadas nas Eleições Legislativas e nas Autárquicas.
É hora de arregaçar as mangas e voltar de novo ao caminho, de mostrar aos famalicenses e aos portugueses que há razões para irem votar e para reduzir drasticamente a taxa de abstenção que a todos deve envergonhar. É altura de mostrar que há alternativas capazes de mudar o rumo da governação.
De nada servem as glórias do passado, mesmo que recente, se não lutarmos pelo que ainda falta conquistar. Nunca será nossa a vitória ou a conquista se o nosso contributo não estiver lá, se não fizermos a nossa parte no processo, quer seja nos partidos, nas freguesias ou apenas como simples cidadão que cumpre o seu dever e vai votar. As vitórias ou as derrotas não devem ser apenas dos dirigentes dos partidos, assim como a responsabilidade de lutar pelos melhores resultados deve ser de todos e não apenas de alguns. É urgente a democracia participativa.
Só a participação de todos e de todas pode concretizar uma verdadeira mudança.

Crónica publicada no Jornal Opinião Pública em 17/06/2009


1 comentário:

Praça Publica disse...

Esse recado não é para consumo interno do BE?
Quase um mês depois de ser apresentada a candidata à Câmara e nunca mais deu sinal de vida.
E nas freguesias? Ainda não se sabe nada do BE.
Este seu texto parece um grito de desespero, será?

"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."