Descobri por acaso um post no ex_piolhar-te em que se diz que a freguesia de Sezures está "exactamente igual ou pior do há 20 anos atrás.", com referências de muito mau gosto ao presidente da Junta e alegando que eu não lhe faço a devida oposição.
Comparando o nível de desenvolvimento de Sezures com a maioria das restantes freguesias, nos últimos 20 anos é inegável que Sezures marcou passo, mas só pode dizer que está pior quem desconhece em absoluto a realidade de Sezures. É evidente que a Junta de Freguesia tem a sua quota parte de responsabilidade, mas Sezures não é só os caminhos e as estradas. Saberá quem escreveu esse texto quantos sezurenses tiraram cursos superiores nos últimos 20 anos? Saberá quantos sezurenses desempenham cargos de grande responsabilidade nas mais diversas áreas em muitos pontos do país? Conhecerá essa pessoa (e outras que dizem o mesmo) o excelente trabalho que tem sido realizado no recinto de S. Vicente pelas sucessivas comissões de festas, revelando uma enorme capacidade de todos os seus elementos quer nas festas, mas principalmente na expansão e melhoramento do recinto e na altura em que foi construida a autoestrada A3 em que foi travada uma difícil batalha judicial para preservar aquele património? Falar é fácil, mas só devemos falar com conhecimento de causa.
O conceito de desenvolvimento não é linear. Se é inaceitável que ainda hoje haja freguesias como Sezures, sem qualquer rede de saneamento e abastecimento de águas, é também importante lembrar que em Sezures o meio ambiente não está tão degradado como em muitas outras freguesias que se desenvolveram.
Quanto aos comentários a meu respeito, lembro-lhe que fazer uma pesquisa na internet e fazer referência ao primeiro blog que se encontra não é a maneira mais correcta de proceder. Tenho muito orgulho mas minhas origens e Sezures estará sempre no meu coração. Acontece que deixei de residir em Sezures há cerca de 11 anos, apesar de todas as semanas por lá passar.
Nas eleições Autarquicas de 2001, aceitei ser cabeça de lista à Junta de Sezures por um outro partido (que não o BE) e só não se concretizou essa minha candidatura porque a maioria das pessoas que compunham essa lista entendeu que o facto de eu não estar a residir lá poderia vir a ser um entrave. Em 2006 fui candidato às eleições intercalares na freguesia de V. N. de Famalicão onde resido vai fazer 10 anos e onde me comprometi com os famalicenses.
Apesar de não tem intenções de voltar a residir em Sezures nos próximos tempos, tenho falado por diversas vezes com vários sezurenses no sentido de fazer com que sejam encontradas pelos próprios alternativas sustentadas quer em relação à governação da Junta de freguesia como a outros aspectos do quotidiano da freguesia.
Eu não descarto a minha responsabilidade enquanto sezurense que ainda me considero, mas não posso deixar de lado o facto de várias outras freguesias estarem em idênticas condições que Sezures e em alguns casos tendo recebido verbas bem superiores a Sezures.
Se é verdade que José Torres tem responsabilidades enquanto autarca no estado em que a freguesia se encontra, não é menos verdade que as sucessivas câmaras municipais têm tido opções discriminatórias ao favorecer sempre as mesmas freguesias e acentuando cada vez mais as assimetrias em elas.
Em Sezures há muita gente capaz, desafio-os(as) a não se resignarem, a participarem ainda mais activamente na vida da freguesia e a não terem medo de assumir novos desafios para que comentários desta ligeireza deixem de acontecer.
P.S.: Lembro ainda que Sezures integra a associação Engenho, podendo os sezurenses beneficiar do apoio social que esta instituição presta, facto que muita gente desconhece.
4 comentários:
Alexandra Figueira
Não há, em nenhum país da União Europeia a Quinze, uma única região com menor capacidade para criar riqueza do que o Centro e o Norte de Portugal e, logo a seguir, o Algarve e os Açores. Nem sequer as regiões gregas, com quem Portugal se vinha a comparar nos últimos anos. Os dados datam de 2004 (os últimos disponíveis), mas a disparidade deverá ser hoje ainda maior, já que Portugal tem crescido abaixo da média europeia. E, nos próximos anos, o desenrolar de acontecimentos deverá deixar o país ainda mais longe dos parceiros europeus, já que aproveitará menos as políticas de coesão comunitárias do que, por exemplo, a Grécia, indicam estimativas preliminares da Comissão Europeia.
A comissária para a Política Regional, Danuta Hübner, vai debater este e outros assuntos num seminário, em Bruxelas, no final do mês, onde será apresentado o último Relatório de Coesão, um documento feito a cada três anos para relatar os progressos feitos na coesão entre os estados-membros. Ou não no caso português, o documento confirma que o Norte é a quarta região mais pobre dos Quinze e que a produtividade (a capacidade de criar riqueza, medida dividindo o Produto Interno Bruto pelo número de trabalhadores) é a segunda pior - só suplantada pelo Centro do país.
A produtividade das regiões Centro e Norte não ultrapassa os 47% da média dos 27 países - nem sequer chega a metade, diz o Quarto Relatório da Coesão. No outro extremo está o Luxemburgo - o país é tão pequeno que só tem uma região -, com 182% da média.
Ultrapassados por 3 países
Duas décadas depois da adesão à União Europeia e aos subsídios comunitários, seria de esperar que Portugal se comparasse mais de perto com os seus parceiros de longa data do que com os doze países que aderiram nos últimos anos. A verdade é que, hoje, três desses países (Chipre, Malta e Eslovénia) e duas regiões (Budapeste e Praga, as capitais da Hungria e República Checa) são mais produtivos do que o Norte e o Centro de Portugal.
Só Lisboa se distingue nesta lista dos países mais pobres está em primeiro lugar, com uma produtividade de 78% da média dos 27. Sobre a disparidade entre uma capital e o resto do país, e sem se referir directamente a Portugal, diz o relatório de Coesão que "a crescente concentração da população e actividade económica em torno das capitais pode, a longo prazo, constranger o crescimento económico geral". Reflexo disso é o aumento da disparidade entre as regiões nacionais, destacada pela Comissão. "As disparidades alargaram-se entre 1995 e 2004", sobretudo durante a primeira metade da década.
O certo é que, se três dos países da coesão (Espanha, Irlanda e a Grécia) aproximaram-se do nível de vida europeu, já o quarto país (Portugal) cresceu abaixo da média comunitária a partir de 1999, não conseguindo passar dos 74% - abaixo da República Checa e da Eslovénia, por exemplo. Pior, o relatório diz haver "poucos sinais de recuperação".
De facto, Portugal será um dos países que menos aproveitará os 21 mil milhões de euros de subsídios, até 2013. Estima a Comissão que, até lá, crescerá 3,1% acima do que cresceria se não beneficiasse deste dinheiro, o que compara com os 3,5% da Grécia, os 6% da Eslováquia e os 9% da República Checa - países que rapidamente se aproximam do nível de vida português.
Ora aqui está a resposta ao piolho. que se passa entre regiões passa-se entre ferguesias ou seja o fosso entre as mais ricas(Ribeirão,Joane, Calendário,Gavião)e as mais pobres(Sezures, Arnoso, jesufrei, Lemenhe)è cada vez maior.
Se as camaras foram todas assim tão más, porque é que o Jose Luis Araújo não se candidata a presidente? isso é que era vantagem.
O Armindo Alves da Costa está esgotado e como ainda não há candidato pelo ppd seria uma boa opção apostarem no Zé Luiz.Temos homem.Haja alguém que comece a recolher assinaturas.O Armindo também é independente.
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