15 de março de 2007

Maré Alta de 15/03/2007


A mulher na sociedade

As Nações Unidas celebraram no passado dia 8, o Dia Internacional da Mulher. Para muitos este é mais um dia a pensar no comércio, considerando as ofertas feitas nesse dia, mas é muito mais do que isso.

As mulheres conseguiram importantes vitórias rumo à igualdade de direitos e deveres em relação aos homens. Em todos os sectores da nossa sociedade, as mulheres conseguiram, com maior ou menor consistência, iguais desempenhos em lugares tradicionalmente ocupados por homens, desde as mais variadas profissões aos mais elevados cargos, quer em termos profissionais e sociais. Mesmo em termos familiares, a mulher tem – regra geral – uma posição de igualdade em relação ao homem.

Naturalmente que estamos a considerar a sociedade ocidental, porque em muitos países, nomeadamente muçulmanos e asiáticos, a mulher é tida ainda como um ser inferior e em que as mais elementares normas de cidadania (tal como as entendemos) lhes são simplesmente negadas. Mesmo considerando que são modelos de sociedade muito diferentes do nosso, não podemos esquecer que há um longo caminho a percorrer para que a igualdade de direitos, oportunidades e obrigações esteja plenamente aplicada e assumida.

Mas na nossa sociedade há ainda muito para fazer tendo em vista uma real e efectiva aplicação dessa igualdade. Na vida política é onde mais se notam as desigualdades ainda existentes, não que seja negado ou dificultado o acesso das mulheres a esta actividade, mas mais porque as próprias mulheres não se interessam de forma efectiva nesse sentido. Basta assistir uma vez que seja a uma reunião da nossa Assembleia Municipal para facilmente verificarmos o quanto essa diferença se manifesta.

Curvo-me perante um punhado de corajosas que, usando na plenitude os seus direitos, ousaram avançar e conseguiram chegar a cargos e posições politicas de liderança e que em alguns casos o fazem melhor que muitos homens.

Sendo inegável que as mulheres possuem uma visão diferente da vida em sociedade, a participação mais efectiva em todos os lugares da política traria muitas vantagens a um desenvolvimento mais equilibrado da sociedade, da mesma forma que o fazem nos empregos e em muitas actividades comunitárias.

Não podemos esquecer que há ainda uma desigualdade significativa que importa lembrar e tentar sanar, que é o facto de em muitos casos ainda haver significativas diferenças nos salários entre homens e mulheres que desempenham o mesmo trabalho nas mesmas condições.

Mais uma vez o meu aplauso a todas as mulheres que, na industria, nos serviços, na educação, na comunicação social, no desporto, no associativismo, nas religiões e em muitos outros sectores da sociedade se empenham e fazem uso pleno de todos os seus direitos para contribuir, tal como os homens, para um mundo melhor.

Publicado no Jornal Opinião Pública de 15/03/2007

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"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."