8 de setembro de 2010

Alegre, naturalmente.

Aproximamos-nos rapidamente das eleições presidenciais e depois de alguma reflexão, decidi que irei apoiar a candidatura de Manuel Alegre. Mesmo dentro do Bloco de Esquerda, esta questão não é unânime, e ainda bem, é um sinal de pluralismo e de liberdade interna, só possível num partido moderno.
O que me leva a apoiar Manuel Alegre é fundamentalmente a necessidade de impedir a reeleição de Cavaco Silva. Não é apenas uma questão ideológica, efectivamente, Cavaco Silva tem sido um mau Presidente da República e seria extensa a lista de exemplos que fundamentam esta minha opinião. Se juntarmos a isto a vontade voraz e neo-liberal do PSD de Passos Coelho de atacar violentamente o Estado Social, a continuação de Cavaco na presidência será ainda mais perigosa para o país.
Perante este cenário, resta analisar que opções existem em condições de atingir esse objectivo. Sem dúvida que Manuel Alegre é quem reúne melhores condições para derrotar Cavaco. Ainda mais quando Alegre é aquele que mais se aproxima daquilo que eu (e também o Bloco de Esquerda) defendo, nomeadamente a intransigente defesa do Estado face ao poder económico, a defesa do Sistema Nacional de Saúde e da Educação Pública. Precisamos em Belém de um presidente com horizontes mais amplos, que lute pelos superiores interesses nacionais e não um presidente demasiado conservador, um instrumento dos interesses económicos e financeiros, como tem acontecido com Cavaco Silva. Precisamos de ter um presidente que equilibre as intenções do PSD e as acções neoliberais do Governo com uma visão e posição muito mais humana.
Dou o meu apoio à candidatura de Manuel Alegre porque a actual situação do país exige posições muito claras e objectivas de cada um de nós. Obrigar Cavaco a ir a uma segunda volta é quase certo que resulta na vitória de Manuel Alegre. Mas para que isso aconteça é preciso que todos nos empenhemos, no Bloco de Esquerda, no Partido Socialista, nos diversos movimentos que já declararam o seu apoio e, de uma maneira geral, de todos aqueles e aquelas que não se resignam e que lutam por um Portugal mais justo, humano e mais solidário.

Sem comentários:

"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."