20 de setembro de 2007

Maré Alta de 19/09/2007

Ataques descarados ao Bloco

Nos últimos tempos temos vindo a verificar sucessivos ataques ao Bloco de Esquerda, tanto na Internet como na imprensa escrita. É evidente a preocupação de determinados comentadores em aproveitar todas as oportunidades para, incapazes de contrapor a dinâmica do BE, usam os argumentos mais mesquinhos para tentar fazer passar uma mensagem menos positiva do Bloco, quem sabe preocupados com a possibilidade de virem a perder os respectivos lugares, quantas vezes conseguidos a reboque da imagem pública de outros.
Ao contrário dos restantes partidos políticos, o Bloco de Esquerda vai muito mais além dos meros interesses partidários e tem a capacidade de estudar, discutir e propor alternativas aos principais problemas que afectam o dia-a-dia dos portugueses. São exemplos, as questões ligadas ao emprego, as preocupantes alterações do clima, a subida das taxas de juro, o socialismo, a justiça, a serviço nacional de saúde e muitas outras questões que podem conhecer melhor em www.esqueda.net.
Não fosse a manifesta discriminação das televisões nacionais e a actividade do Bloco teria neste momento uma muito maior implantação no país. Mesmo assim ainda há alguns iluminados que têm o desplante de dizer o contrário. Lembro apenas que não é o BE que está implicado em financiamentos ilegais nem em tráfico de influências como são exemplos o caso Somague, a “máfia dos bingos” ou o caso Portucale. Não são os militantes do Bloco de Esquerda que andam à “batatada” nas reuniões internas. Também não são os vereadores do BE que oferecem porrada a munícipes quando se manifestam em plena reunião de câmara.
O recente acordo entre José Sá Fernandes e o PS para governar a câmara de Lisboa parece que veio apavorar muitos senhores demasiado habituados ao poder e que certamente estarão com receio de vir um dia a perder determinadas regalias.
Tal como aconteceu em Lisboa, não será de espantar se o mesmo vier a acontecer noutros municípios do país, nomeadamente cá em V. N. de Famalicão.

Início do ano lectivo

Mais um ano lectivo que começa e mais uma vez o concelho de V. N. de Famalicão é notícia pela negativa. Nem o plano de propaganda desta maioria foi capaz atenuar os protestos que este ano foram maiores que em anos anteriores. Ao bom estilo do Governo, também Armindo Costa optou por ir visitar uma escola onde foram feitos alguns arranjos, na tentativa de querer dar a entender que tudo vai bem. Em Arnoso St. Eulália, em Vale S. Cosme e em outros locais do concelho os protestos demonstram que a estratégia adoptada por esta Câmara em relação à educação está inequivocamente errada. Não é aceitável que se deixe degradar os serviços e as instalações de determinadas escolas para poder justificar o seu encerramento.
Quando o Bloco de Esquerda votou contra a Carta Educativa estava ciente de que o rumo que ela traçava para a educação em V. N. de Famalicão é um erro que pode vir a custar muito caro no futuro. Infelizmente, o tempo tem vindo a dar-nos razão.

Crónica publicada no Jornal Opinião Pública de 19/09/2007

2 comentários:

Anónimo disse...

Por cá nem tudo é mau Sr. José...

«Nunca se está aqui sozinho»
A recuperação do parque natural da Portela tem conduzido a uma maior afluência de pessoas à nascente do rio Pelhe. «Pode-se aqui estar uma ou duas horas que nunca nos sentimos sozinhos», refere um dos utilizadores daquela fonte, enaltecendo a valorização encetada pela Câmara Municipal de Famalicão.


Debruçados sobre o gradeamento, dois homens de meia idade vão pondo a conversa em dia. A paisagem é agradável e o local convida ao descanso, por muito breve que seja. Rodeados por uma flora de carvalhos, a conversa fluiu por mais alguns instantes, depois de terem saceado a sede numa das bicas construídas aquando das obras de recuperação do parque natural da Portela. O intenso calor que se fez sentir nas últimas semanas do Verão a isso proporcionou.
Localizado à face da estrada nacional que liga Braga a S. Cosme do Vale, o parque natural da Portela (Santa Marinha) conheceu uma transformação profunda nos últimos meses. A intervenção, levada a cabo pela Câmara Municipal de Famalicão, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Regional-Medida Agricultura e Desenvolvimento Rural, permitiu uma profunda alteração do espaço envolvente à nascente do rio Pelhe. Transformação essa visível não apenas na valorização do reservatório de água, que assim se tornou ainda mais acessível, como na criação de um parque de merendas, com áreas de circulação pedonal e parque de estacionamento para veículos ligeiros.
As obras não exigiram um grande esforço financeiro do município (25 mil euros comparticipados em 80%), mas o resultado tem sido objecto de rasgados elogios. De resto, desde Julho passado, altura em que a recuperação foi inaugurada pelo presidente da Câmara, que se regista «uma maior afluência», garante uma das pessoas interpeladas nesta reportagem.
«Vem aqui gente de todos os lados. É um verdadeiro corrupio», frisa Aires Seara, da freguesia vizinha de Telhado, realçando a procura que a fonte tem. «Pode aqui estar uma ou duas horas que nunca se vai sentir sozinho», refere aquele habitante, apontando que as condições de acesso ao local «melhoraram bastante».
Em menos de meia hora foram várias as dezenas de pessoas que se ro-dearam da fonte. A maioria são motoristas dos veículos pesados que diariamente cruzam aquele espaço. Outros, porém, aproveitam a oportunidade para abastecer os recipientes para consumo caseiro. «Costumo cá passar todos os dias», frisa Manuel Narciso, de S. Cosme do Vale, acrescentando que a ideia de criar um parque de estacionamento no interior do parque aumenta as condições de segurança para os transeuntes. «Antes tinhamos que deixar o carro na estrada causando alguma perturbação na circulação e agora nada disso acontece».
José Vilaça não é do concelho de Famalicão, mas tal não o impede de recorrer à fonte do rio Pelhe. «Como passo por aqui muitas vezes, por questões profissionais, aproveito para levar desta água que é muito leve e fresquinha», refere o vendedor de Braga, enaltecendo o esforço que a Câmara fez na va-lorização do recinto.
«O espaço ficou mais convidativo. Valeu a pena o investimento», sublinham Jorge Sequeira, de Arnoso, e Jerónimo Araújo, de Vizela. Motoristas de profissão, consideram que o parque natural da Portela ganhou nova vida com o arranjo, fazendo votos para que o espaço continue a ser preservado. Lamentam apenas que na intervenção não tenha sido possível encontrar uma solução para o estacionamento dos veículos pesados, num reparo que é corroborado por outros camionistas.
Por seu lado, Aires Seara refere que a nascente propriamente dita merecia maior protecção, porque «quando chover o enxurro vai lá cair, porque não foi criado qualquer resguardo nesse sentido», alerta.

Anónimo disse...

Sr.José, mais uma ideia muito nobre

O presidente da Câmara voltou a defender a necessidade do reaproveitamento dos manuais escolares usados. Na entrega dos livros deste ano lectivo, Armindo Costa afirmou que daí pode resultar a rentabilização dos recursos, salientando «quem lucra com isso somos todos nós».


A Câmara Municipal de Famalicão quer que as escolas do 1º ciclo do concelho avancem com uma campanha de sensibilização junto dos alunos no sentido de uma maior preservação dos manuais escolares que são oferecidos pelo município. O desafio foi reforçado pelo líder do executivo, Armindo Costa, na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Avidos, onde procedeu simbolicamente à entrega dos livros escolares, na passada segunda-feira.
Segundo Armindo Costa o alcance desta medida passa pela rentabilização dos recursos, assegurando que quem vai lucrar com o sucesso da mesma «é a Câmara e cada escola». Pois por cada livro que seja devolvido em bom estado, de modo a poder ser utilizado no ano seguinte, o executivo está disposto a canalizar metade do seu custo real para o referido estabelecimento de ensino.
«É um incentivo que damos para que os alunos saibam preservar aquilo que lhes é dado. Vamos ver no que resulta, mas estou convencido que vamos ter uma grande receptividade e adesão das escolas», anotou o edil famalicense, adiantando que a oferta dos manuais e fichas de apoio às cerca de sete mil crianças do 1º ciclo é para manter.
O reaproveitamento dos manuais «é uma excelente ideia», sustentou a directora da escola de Avidos. Fernanda Fonseca referiu que vai apostar na sensibilização dos alunos para que no próximo ano a escola possa beneficiar de outros meios.
O autarca famalicense admite que este é um auxílio «muito grande» para os pais e encarregados de educação, numa altura em que os orçamentos familiares apresentam alguns constrangimentos. «Não nos apercebemos das dificuldades que as famílias têm, mas a aquisição dos livros escolares representa sempre um peso elevado no orçamento de uma família», afirmou.
Tratando-se de uma medida de «grande alcance social», que foi implementada desde 2002, Armindo Costa defende a continuidade da gratuitidade dos manuais a todos os alunos do 1º ciclo, argumentando que para o município «todas as crianças são iguais. Se no fornecimento das refeições não existe qualquer tipo de discriminação positiva, porque é que não havemos de ajudar todos os alunos da mesma forma ao nível dos manuais es-colares», refere o presidente da Câmara, embora admita que esta medida possa beneficiar quem não precise. «O desafio que deixo aos pais que não precisam que a Câmara lhes ofereça os livros é que atribuam esse dinheiro à escola para as suas actividades», explicou.
Para Sílvia Costa, mãe de uma aluna da escola de Avidos, o apoio da autarquia é «muito bem vindo. É uma verba que acaba por ser canalizada para outras necessidades», refere este encarregado de educação, defendendo que a oferta dos manuais deveria abranger todos os graus de ensino da escolaridade obri-gatória. «O interesse na aprendizagem dos nossos filhos é de todos e o Estado devia seguir o exemplo da Câmara de Famalicão. Se não oferecer na totalidade, pelo menos devia comparticipar a sua aquisição porque representa uma grande despesa», defendeu.
Paulo Cortinhas

"O mal dos seres humanos, é que preferem ser arruinados pelos elogios, a ser salvo pelas críticas."